BLOGUE DA COMISSÃODE UTENTES - JUNTOS PELO NOSSO HOSPITAL

A Comissão de Utentes - Juntos pelo nosso Hospital surge na sequência de proposta emanada durante reunião pública no CCC (Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha) efectuada, em 15 de Fevereiro de 2012, durante a qual também foi elaborada Petição a enviar à Assembleia da República - e após o conhecimento de Proposta da Administração Regional de Saúde de Lisboa propondo uma reestruturação das Unidade de Saúde do Oeste Norte, integrando o CHON e o H. Torres Vedras, redistribuindo Serviços essenciais - com opções aparentemente centradas unicamente em critérios economicistas e que não resultam (pelo contrário) em ganhos de eficiência bem como no acesso aos Cuidados de Saúde por parte das populações da Região Oeste. A Comissão Executiva de Utentes - Juntos pelo nosso Hospital - acabaria por ser constituída durante reunião no auditório da Câmara Municipal no dia 30 de Março de 2012.
Reconhecendo o protagonismo das Instituições de Saúde que são a Alma e o Coração de toda uma Região pela qual têm sido responsáveis, a População ratificara já, aliás, no dia 24 de Fevereiro de 2012, a sua discordância e preocupação, sobre aquela Proposta da ARS, quando cerca de 2 mil pessoas envolveram o conjunto dos Hospitais das Caldas da Rainha – num abraço simbólico. Não se devendo ignorar este grande exemplo de Cidadania em que se apelou ao dever de honrar - e não apagar ou inverter mesmo - o papel essencial que o Sector da Saúde sempre representou nesta área geográfica, em consequência, cabe a esta Comissão dialogar com os Órgãos da Tutela e Autárquicos bem como outras Comissões de Utentes ou levar a cabo as iniciativas, que se entenderem por bem, no sentido de contribuir para se obterem os consensos mais alargados - atentos os objectivos expressos nas "linhas de orientação" que se publicam noutro local deste blogue. Blogue que afinal é veículo informativo de todas as actividades relativas a esta Comissão de Utentes e aos eventuais desenvolvimentos de reestruturação das Unidades de Saúde Oestinas.

terça-feira, 31 de julho de 2012

REFLEXÃO APÓS A DISCUSSÃO DA PETIÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA


A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” vem de forma pública expressar a sua decepção por verificar que os projectos de resolução inspirados nas petições oestinas, (subscritas por mais de trinta mil pessoas), foram rejeitadas no parlamento português na passada quarta-feira, 25 de Julho.

A importância do momento foi devidamente assinalada com a deslocação de dezenas de oestinos à Assembleia da República que quiseram dessa forma sublinhar a justiça das suas pretensões.

Foi muito positivo, cumpre dizer-se, constatar que todas as forças partidárias conhecem com precisão as ideias que as comissões de utentes vêm defendendo sempre com o apoio e a cumplicidade das populações; uma cumplicidade recentemente demonstrada com a presença de milhares de cidadãos nas ruas, protestando em simultâneo nas três cidades de Peniche, Caldas da Rainha e Torres Vedras, contra a diminuição da qualidade assistencial dos nossos hospitais do Oeste.

É, portanto, profundamente decepcionante verificar que o encorajamento e o apoio que esta plataforma tem recebido, em todo o rigor, de todos os sectores da sociedade oestina com quem tem debatido este problema, não conhece, no momento da verdade, o reconhecimento expresso em votos parlamentares que permitam suspender o processo de desmantelamento da rede hospitalar de uma região inteira.

Impõe-se a racionalidade dos argumentos e não o fogo de artifício retórico. É imperativo recordar que os oestinos têm um crédito do governo quanto à deslocalização do aeroporto da Ota. Não é um crédito de um partido ou de outro. Essa dívida não desaparece porque os partidos do governo mudam. Essa dívida não é de nenhum partido português. É do governo português. Deste governo e dos que hão-de vir depois deste.

É irracional o argumento da dívida destes hospitais. O estrangulamento financeiro que se abateu sobre os hospitais do Oeste resulta, em grande parte, do seu sub-financiamento.

É irracional o encerramento da urgência básica de Peniche por ser necessário aproveitar devidamente a actual capacidade instalada não reduzindo no Oeste o número de camas já actualmente insuficiente. A importância desta unidade hospitalar é indesmentível, não apenas porque se trata de um destino turístico de eleição mas porque a população de Peniche, na sua histórica relação com o mar, exige do seu hospital uma disponibilidade e uma capacidade de resposta que esta reforma vem, irracionalmente, diminuir.

É irracional despromover a urgência médico-cirúrgica de Torres Vedras e aumentar a pressão sobre uma já sobrelotada nas Caldas da Rainha, obrigando, porventura, a multiplicar transferências de doentes.

É irracional considerar que algum hospital do Oeste pode abarcar as especialidades dos outros hospitais oestinos.

É irracional que, em Caldas da Rainha, num Hospital onde se pretende reforçar até à exaustão o papel da urgência médico-cirúrgica (que passaria a ser a única da região Oeste), se diminua ao mesmo tempo a resposta em Cirurgia Geral e especialidades cirúrgicas, eliminando as enfermarias de Cirurgia e Ortopedia.

É irracional pretender retirar ao hospital termal das Caldas da Rainha a sua articulação com o Serviço Nacional de Saúde. O Hospital Termal trata-se de uma doação majestática, fundada em propósitos misericordiosos, sociais, que fundaram e que honram a comunidade e a identidade das Caldas da Rainha. Nenhum caldense aceita que esta dignidade ancestral, secular, por causa de uma conjuntura de crise, seja desprezada e convertida a uma qualquer gramática privativa do lucro.

Deploramos, enfim, a atitude das forças políticas que, defendendo nuns lugares aquilo que esta plataforma vem defendendo, agem depois em diametral contradição, naqueles outros momentos e lugares em que a coragem e a verticalidade política deveriam destacar-se.

Evidentemente, a nossa campanha de cidadania não termina com este desenlace. Pelo contrário, a população exige redobrados esforços para garantir que Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha consigam apenas aquilo a que, indisputadamente, têm e terão direito.

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